sábado, 31 de março de 2012

História do nascimento do Liceu de Beja

Em 15 de Abril de 1950, em sessão solene integrada nas actividades da I Festa dos Antigos Alunos do Liceu de Beja, o Dr. Almeida Neves, Reitor do Liceu, proferiu uma conferência sobre a história deste estabelecimento de ensino.
Segundo o orador, sabe-se por um Relatório apresentado ao Conselho Superior de Instrução Pública, em 2 de Dezembro de 1845 que estavam então constituídos os Liceus de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Braga. Outro Relatório, de 28 de Dezembro de 1848 informa que além desses cinco, estavam criados mais os de Santarém, Viseu, Angra e Funchal e os de Portalegre, Castelo Branco e Leiria apenas aguardavam edifícios mas os seus professores já davam as lições nas respectivas residências.
No Relatório de 1850/51 afirmava-se que todos os liceus, menos os de Aveiro e Vila Real, estavam instalados em edifícios públicos.
O Reitor Almeida Neves coloca, então, a hipótese de poder ser o ano lectivo de 1848/49, o ano de fundação do Liceu de Beja. Apesar de, segundo ainda o mesmo autor, as fontes mais antigas que provam a existência do liceu serem um livro com os resultados de exames, cujo termo de abertura é de 24 de Setembro de 1852, sendo o primeiro terno de exames de 9 de Outubro; um livro de matrículas com o termo de abertura de 25 de Setembro e a primeira matrícula em 19 de Outubro; um livro de receitas e despesas com o termo de abertura de 3 de Junho de 1853 mas que apresenta um lançamento de despesa de Agosto de 1852, conclui depois que o reduzido número de alunos em 1852/53 e o rápido aumento da frequência nos anos que imediatamente se seguiram, parece indicar que o liceu foi criado nesse ano, embora se possa admitir que já tivesse havido matrículas em anos anteriores. Nesse caso, porém, é de estranhar que não existisse nenhum livro de matrículas ou de termos anteriores de 1852. Remata então o Reitor:
“Parece, pois concluir-se, com relativa segurança, que o liceu de Beja iniciou o seu funcionamento na data citada”, em 1852, portanto.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Obituário-Álvaro Afonso Henriques

Perdemos mais um grande amigo, colaborador entusiástico do núcleo da nossa Associação em Lisboa, e participante activo das "brincadeiras" pseudo-teatrais que os nossos amigos faziam nos almoços de confraternização em Lisboa e nas tardes culturais das "festas do Galo" em Beja.

Álvaro Afonso Oliveira Henriques- um exemplo que não podemos esquecer se queremos perpetuar esta tradição tão secular mas tão significativa das amizades de infância e do intercâmbio das sucessivas gerações que passaram pelo Liceu de Beja.

Afonso Henriques, sempre!

O Presidente da Associação em exercício,

João Mimoso Fernandes

quinta-feira, 8 de março de 2012

Obituário-Francisco Marujo Açucena

Faleceu um amigo da "Festa do Galo". Convivi com ele pela primeira vez na III Festa do Galo, efectuada em Abril de 1966. Desde aí tivemos sempre uma relação de sã camaradagem. Francisco Açucena era a personificação do verdadeiro alentejano, de resposta pronta e com graça, no entanto, não era fácil ao riso. Ele própria brincava com sua deficiência física. 

Conta-se que, ainda estudante de medicina, curso que não concluiu, e fazendo parte de uma peça de teatro da faculdade, ofereceu uma bilhete para um espectáculo à dona da casa onde estava hospedado ao qual a mesma assistiu. Um dia depois a senhora elogiou a participação do inquilino estudante dizendo que o papel de coxo foi muito bem representado, ao que ele respondeu "Eu sou mesmo coxo, porra". 

Era a pessoa sempre indicada para coordenar os actores nas récitas das "Festas" divertindo-se e fazendo divertir os pseudo actores. Nos os últimos anos a sua saúde e a dificuldade de movimentação não lhe permitiram dar a colaboração que ele desejaria.

Onde quer que esteja, decerto olhará para nós com a bonomia e o sorriso disfarçado que o caracterizava.

Até sempre amigo Chico Açucena.